sábado, 13 de março de 2010

Capítulo XVI






Fui para o meu quarto, me joguei na cama e gritei, abafando no travesseiro
-Nem acredito... - sussurrei para mim mesma.
Toc toc.
Bateram na porta, andei lentamente, ainda com o sorriso no rosto.
Abri a porta e quase pulei em cima da Sam.
-SAM, VOCÊ NÃO ACREDITA. - eu gritei.
-Calma, me conta, mas primeiro respira.
-Tá bom. - peguei ar. - Vou com o Matheus para a festa de hoje a noite! - disparei.
Começamos a gritar e rodar, feito duas idiotas.
Ficamos assim por um tempo, na verdade, poderia ter sido mais, se o Vitor, não tivesse interrompido. Ele entrou no meu quarto assustado.
-O que é isso? - ele perguntou olhando para os lados. - O que esta acontecendo? Tem algum bicho aqui?
-Que bicho o que menino. - eu respondi. - Isso. - apontei para mim e Sam, nossos sorrisos no rosto. - É felicidade. - cai na cama, esparramada.
Sam começou a rir.
-A, que susto meninas. Vocês podiam estar correndo perigo!
-Perigo? Dentro de um navio? No quarto que só nos temos a chave? - Sam olhava para ele, como se fosse um completo idiota. - Fala sério Vi. O que podia estar acontecendo.
-Ér... Hm... Ãn... - ele gaguejou. - Nada, nada mesmo, mas eu queria poder ajudar vocês. - ele deu um sorriso gigante.
-A, eu sei como você pode me ajudar, amorzinho. - Sam mordeu o lábio. - indo lá no quarto me esperar! - ela piscou e o levou até a porta e deu um tapinha em sua bunda. - Vai lá amor.
Ele ficou com cara de cachorro molhado na porta, olhando para nós. Sam fechou a porta.
-Coitado Sam, olha como você trata seu namorado! - eu ainda estava deitada.
-A depois eu cuido dele. - ela riu.
-Vamos, vamos escolher o que você vai usar.
-Samantha! - grunhi. - Não precisa me ajudar, eu arranjo uma coisa na hora.
-Menina, você sabe o que esta fazendo né? - indagou, me olhando séria.
-Claro!
-Olha lá em. - ela pegou na maçaneta. - Posso ir cuidar do menino? - ela riu.
-Pode, pode. - eu ri junto.
Ela abriu a porta e o Vitor caiu. Sim nos rimos muito. Sim, o Vitor estava escutando nossa conversa!
-Vitor, eu não acredito! Que vergonha. - Sam disse rindo ainda.
-Ué, vocês não me deixam ficar, eu nem ia opnar em nada. MIMIMI* - ele se fez de coitadinho.
Sam o beijou.
-Ta bom meu ignorado, vamos lá, vamos.
Eles sairam do meu quarto rindo.
O resto do dia, foi praticamente: piscina, piscina e piscina. A não, teve uma parte que eu tomei sol e que eu tomei suco.
De vez em quando o Matheus passava do meu lado, sorrindo para mim. Passava nadando do meu lado. Uma vez ele puxou o meu pé. Brincamos bastante! Ele realmente é um cara especial, muito divertido, risonho, fala tudo o que uma mulher gosta de ouvir. Fato.
Mas durante esse nosso dia de risos, uma coisa me incomodou. Uma menina alta, magrela, de cabelos castanhos, olhos verdes escuros, nariz de turco [sem ofensas], usa umas roupas ousadas, prende o cabelo com uma chuquinha velha e podre. Fica olhando toda hora para o Mat, sim agora chamo ele assim, ela chega perto dele, senta do lado dele, põe as pernas na perna dele. Ele tira, ele sai, ele se esquiva, mas ela, essa menina que não para quieta num canto, não larga do pé dele. Eu sei que não posso ser egoísta, mal conheço o Mat, mas eu estou me mordendo de ciúmes, meu Deus.
A dia estava terminando, o sol já havia se posto. Eu estava deitada no colo de Mat. A menina que não larga do pé dele, nos observava, com olhar raivoso. Os olhos de Mat brilhavam, me olhando, o sorriso branquinho dele me encantava, nossos olhos se encontravam, Mat mexia numa mexa solta do meu cabelo, eu estava quase dormindo.
-Mat. - eu ainda sorria. - Acho que vou para o meu quarto me arrumar, não posso ficar mais aqui, se não vou dormir e nunca vamos à festa...
-A se você for dormir aqui, como estamos, pode dormir, certeza que será melhor que a festa!
Rimos. A menina do outro lado olhou com mais raiva ainda.
-Tudo bem vamos. - eu me levantei e peguei sua mão. - eu te levo para o quarto, bebezinho. - rimos, mas eu falava sério, tenho que proteger Mat daquela magrela.
Andamos lentamente de mão dada até o corredor dos nossos quartos.
-Tudo bem, vamos entrar juntos, eu disse.
-Tá bem.
-1, 2, 3 - contamos juntos e corremos para o nosso quarto.
Eu entrei rindo no quarto, mas eu abri a porta para ver se ele entrou mesmo. Ele também estava rindo e olhando para a minha porta.
Mandei um beijo no ar para ele e entrei de novo.
Tomei um banho rápido, sequei o meu cabelo e escolhi uma roupa básica, uma blusinha baby look branca, um shorts jeans curto, e um all star verde, peguei meu casaco branco com desenhos verdes, estava esfriando. Fiz um make básico, eu estava queimada do sol, então não tinha muita coisa para fazer, lápis de olho preto, rímel e gloss foram suficiente.
Sai do quarto radiante, mas logo vi uma coisa que me deixou furiosa de raiva.
A menina, na frente do quarto do Mat, prestes a bater na porta, toda produzida, top preto, mini saia rosa, bota de couro, cabelo preso em um meio rabo, praticamente uma... Não vou dizer, mas ela esta parecendo. A raiva me consumiu de baixo para cima e quando chegou ao último fio de cabelo, andei em passos furiosos até a frente do quarto de Mat, a magrela me olhava da cabeça aos pés. Entrei na frente dela e bati na porta.
-Oi. - Mat atendeu e estava lindo. Calça jeans preta, blusão colorido, cabelo penteado e seco, um adidas preto e vermelho, com o perfume que eu amo. ABSYNTHE. - Ér... oi? - perguntou indeciso, a menina parada atras de mim.
Ela deu um gemido virou as costas, cambaleou com o salto plataforma até a saida do corredor.
Não tinha como não rir. Rimos muito, mas muito mesmo.
-Pronto? - consegui falar, parando de rir, ainda não parando totalmente.
-Prontinho. - ele deu uma volta e pegou minha mão. - Vamos senhorita Lizi?
-Claro Matheus. - eu o imitei.
Chegamos e a festa estava rolando. Luzes lazers coloridas enfeitavam o salão, puts puts rolava e os casais dançavam, outros, adolescentes também, se beijavam em um canto.
Entramos e deixamos nossos casacos num canto. Dançamos muito.
Depois de muito tempo dançando, senti sede.
-Mat, vou beber alguma coisa! - sussurrei no ouvido dele, um pouco alto para ele me ouvir.
Ele pegou minha mão. Eu o guiei para o balcão. Pedi dois sucos de laranja com gelo. Assim que recebemos, pegamos nossos casacos e fomos para umas mesinhas lá fora, bem longe de todo mundo.
-Liz, - ele disse se sentando. - sei que você já sofreu por ficar com meninos, mas eu prometo que comigo vai ser diferente... Eu não vou te magoar, não vou te abandonar e não vou parar de ser o ser melhor amigo. - ele pos as mãos no meu rosto
-Mat, eu sei - disse olhando nos olhos dele. - que você não vai me abandonar, etc etc. Mas eu não sei se estou preparada... para... ficar de novo, depois de tudo o que me aconteceu.
-Tudo bem minha Liz. Não quero te forçar a nada. Quando estiver pronta pode vir. - ele sorriu e me beijou na bochecha, na verdade no canto da boca, safado.
Sorri. O que eu estava fazendo? Eu estava louca para beijar o Mat, morrendo de ciumes da outra lá, e ele me falando muitas coisas que eu não estava ouvindo, estava prestando atenção em seus olhos mel, e sentindo enquanto ele afagava o meu rosto. Não esperei ele terminar de falar, eu nem estava ouvindo.
Segurei o seu rosto entre minhas mãos, firmemente, o beijei.
Foi o melhor beijo da minha vida. Os lábios macios se mexiam com agilidade sobre os meus, sua mão em minha nuca, e a outra na minha cintura, me deixam segura, eu me sinto segura. Agarrei seus cabelos. O abracei.
Sorrimos um para o outro e começamos tudo outra vez.