domingo, 3 de janeiro de 2010

Capítulo III


-Liz, pegue água lá na cozinha. - ordenou Luiza.
Fiz o que ela pediu ainda chorando, não acredito que faltando menos de uma semana para eu entrar de férias, meus pais decidiram se separar.
"Não pode ser" eu repetia para mim mesma, sem parar.
Cheguei na sala e entreguei o copo com água para a Luiza, ela sabe o que fazer.
Puxei um caderno da minha mala e comecei a abanar minha mãe enquanto Luiza punha um pouco de água nas mão e passava no rosto da minha mãe. Então, finalmente, ela começou a piscar desorientada.
-Mãe? - eu perguntei ainda cherando. - O que aconteceu, mãe?
-Calma Liz, de tempo para ela ver que está tudo bem.
-Mas não está tudo bem Lu. - eu gritei entre soluços. - Meu pai foi embora de casa, como isso pode ser bom?
-O... que? - perguntou minha mãe acordando.
-Mãe, você está bem ? - eu perguntei abraçando-a.
-O que... você... disse Liz? - perguntou ela encontrando dificuldades ao falar.
-Nada, mãe, nada. Só quero saber se você está bem. O que aconteceu? O que você fez?
-Chega Liz... deixa ela respirar, depois do almoço vocês conversam. - disse Luiza me interrompendo.
-Não... - eu resisti. - Não vou comer, sabendo que minha mãe está mal.
-Mas você precisa Liz. - ela insistiu.
-Não posso. - balancei a cabeça.
-Filha... - começou minha mãe. - Vá comer, depois conversamos, faça o que a Lu falar.
-Tudo bem mãe. - eu disse limpando o rosto.
Eu e a Luiza fomos andando para a cozinha. Sentei na primeira cadeira e a Luiza pos minha comida na minha frente e ela se sentou ao meu lado. O almoço passava e nós duas em silêncio. Eu comia, chorando, chorando. A Luiza passava a mão nos meus cabelos, me acalmando. Quando por fim terminei de comer, fui até a sala. Minha mãe repousava assistindo a TV.
-Mãe... - a interrompi.
-Filha... venha cá.
-Mãe o que aconteceu com você hoje meu Deus?
-A filha. Eu tomei remédios, não queria mais ouvir seu pai me comparando com outras meninas.
-E por isso você quase se matou! - eu dei uma bronca nela.
-Eu sei filha, me desculpe. - ela pediu e parecia sincera.
-Hum... - eu pensei um pouco. - Só se você prometer nunca mais... Ouviu... Nunca mais, fazer isso outra vez. Não quero perder minha mãe e ficar orfã.
-Tudo bem... Eu prometo. - ela fez o gesto de promessa com o coração.
Nós nos abraçamos.
-Agora cadê seu pai filha?
-Ele... ele foi embora mãe. - o nó na minha garganta apareceu de novo.
-Como assim? - ela perguntou indgnada.
-Ora... ele pegou as coisas dele e saiu.
-Meu Deus... - ela pos a mão na boca - Bom... melhor. Assim não termos mais briga. Não é mesmo.
-É... - eu respondi tristonha. - Vou me trocar - respondi a ela.
Subi correndo as escadas e entrei no meu quarto.
Abri o meu armário e puxei a primeira gaveta que vi. Peguei um vestido azul, bem solto e vesti.
Fui até o meu banheiro e lavei o rosto.
Peguei o meu mp4 e coloquei bem baixinho na minha musica preferida e deixei tocar. Deitei na cama e acho que cochilei.

Quando eu acordei, foi com o toque do meu celular. Tirei o fone do ouvido e tossi. Atendi o celular.
-Oi?
-Oi Liz.
-Ah. Oi Lucas. Tudo bom?
-Aham. Sabe o que eu estava pensando?
-O que Lu? - eu dei um sorriso.
-Estava lembrando do seu beijo. - ele riu.
-A é... E era um pensamento bom, ou ruim?
-Ótimo.
-Que bom. - eu mordi o lábio.
-Eu estava pensando se você não quer ir tomar sorvete comigo?
-A seria ótimo.
-Tá bom, então te pego ai daqui a pouco.
-Beijos. - eu desliquei.
Desci as escadas como um tiro.
-Mãe! - eu gritei.
-O que foi filha?
-Mãe, o Lucas me convidou para tomar sorvete, posso ir com ele ?
-Pode filha, mas não demore muito.
-Tudo bem mãe.
Eu subi para me trocar.
Dessa fez eu fiz uma trança embutida e pus um vestido laranja bem colado no corpo e uma sandália rasteira da mesma cor. Esperei o Lucas chegar.

-

Nenhum comentário:

Postar um comentário