sábado, 2 de janeiro de 2010

Capítulo I

Capítulo I

Hoje o pessoal aqui em casa acordou de mal humor. Droga. Já vi que o meu dia vai ser um lixo.

-Para de gritar Rogério, eu não sou surda! - Hoje foi assim, com essa frase que eu acordei e ainda uma hora antes de eu ir para escola. Que saco ¬¬'
-Eu também não sou surdo Amanda, então você também tem que parar de gritar, eu não sou o seu filho, sou seu marido!
-Mas que droga! Nem parece meu marido. Não sabia que marido agora podia sair com meninhas toda noite...
-Já disse que elas são minhas clientes, lá do escritório. Não tem nada há ver.
-A... então por que as clientes são bem mais novas do que você e sempre saem de uma baladinha?
-Como você sabe isso Amanda?
-Existe uma coisa que se chama detetive, sabia disso Rogério?
-A... então você estava me espionando... Porque não confia em mim, não é Amanda?
-É. Não confio mesmo... Desda escola que você não é santo Rogério... Desda escola.

Parei de ouvir a conversa. Fui para o banheiro e tomei um banho quente.
Depois de relaxar um pouco, escolhi uma roupa tipo mini-saia, blusa colada e uma bota de couro. Depois disso coloquei o meu make do dia-a-dia e fiz escova no meu cabelo. Não que eu quero me gabar, mas eu estou linda está manhã. Meus olhos verde-água estão destacados pelo lápis e pelo rímel, meus lábios estão realçados pelo brilho rosa que eu estava usando, meu cabelo castanho claro está caindo perfeitamente até o meio das costas.
"Eu amei como eu estou, não vou mudar nadinha!" - pensei entusiasmada.

Desci as escadas rapidamente e fui direto para a cozinha, meus pais continuaram discutindo no quarto. Não acreditava que dois adultos seriam capazes de se comportar pior que crianças, meu Deus do céu. Vasculhei a mesa de café exposta na cozinha. Peguei o meu chá gelado e um melão. Sentei e comecei a comer devagar. De repente meu celular toca... A Rafa acabou de me mandar
uma mensagem:
'Li. Hj eu vou ter que matar aula, tô tão empolgada, adivinha... O Mat vai ficar comigo... mas agente vai ter que sair na aula, ele quer me levar em um lugar especial...'
Balancei a cabeça em sinal de negação. Terminei de ler e olhei as aulas. São 6:45. Faltão 5 minutos para o portão da escola abrir... Mas eu posso chegar até 7:30.
Terminei de comer e subi para escovar os dentes.
Bati na porta do quarto dos meus pais.
-Pode entrar. - ouvi minha mãe com voz de choro dizer baixinho. Quando eu entrei a porta do banheiro estava fechada e meu pai estava tomando banho.
-O que foi mãe? - perguntei sentando do lado dela
-A... Seu pai e eu brigamos de novo. - ela choramingou.
-Bom, mas vocês sempre brigam e depois voltam... Não é. - disse tentando acalma-lá
-Mas agora foi feio... Ele disse que não vai mas voltar para casa hoje, ele vai começar a morar em um hotel...
-Meu Deus - eu disse surpresa. - Mas mãe... é só um tempo não é... Vocês vão voltar.
-Acho que dessa vez não filha.
Olhei para baixo triste.
-Mãe eu tenho que ir... Estou atrasada... - menti, para fugir daquilo, estava me sufocando.
Desci correndo as escadas. Não isso não pode estar acontecendo, não comigo.
Estava desesperada, sem saber o que fazer.
Bati na porta da Luiza, nossa empregada.
-Lu, preciso ir pra escola agora.
Ela abriu a porta e me abraçou.
-Eu ouvi os gritos querida, dessa vez foi feio.
-Pois é, Lu. Não acredito nisso.
-É Li, mas agora temos que ir não é querida...
-É, eu acho que sim.
Então ela se dirigiu para a garagem e abriu o carro da minha mãe. Nós entramos e fomos direto para a escola. Não conversamos o caminho todo. Tinha um nó na minha garganta. Eu queria chorar, desabar bem ali, mas me controlei.
"Minha maquiagem" Pensei "não posso borrar".
O pior é que agora na escola tenho que segurar uma barra também. Hoje tem prova de matemática, tô ferrada. E minha amiga é burra demais para perceber qual o interesse do Mat nela. Já fiquei com o Mat várias vezes e sei bem como ele é.

Desci do carro e entrei na escola com o meu sorriso lindo, que faz todos os garotos pirarem.
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