quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Capítulo VII


Acordei com o sol invadindo o meu quarto sem permição. A cortina estava um pouco aberta e o pequeno fio de luz mirava diretamente em mim, apesar de não gostar de acordar cedo eu gostei de ser acordada desse jeito, sem gritaria, sem sopro no ouvido, sem carinho nenhum, só com a luz do sol e alguns passarinhos cantando. Finalmente eu estava começando a gostar de Avaré. Levantei da cama muito disposta e olhei no relógio.

Caraca. - pensei. - 6 horas, dormi o que? 2 horas e meia e to tão disposta assim? Esse lugar me faz bem mesmo - sorri com o meu raciocinio.

Arrumei minha cama e escolhi um vestidinho solto para ficar dentro do sítio, fiz duas tranças no meu cabelo, que estão bem grandes por sinal estão batendo até quase a minha cintura.

Depois que eu terminei de me arrumar e tudo mais sai do quarto e fui lá fora onde minha mãe pendurou uma rede branca. Comecei a balançar observando a paisagem. Foi quando um cachorro, São Bernardo acho, ele tinha um pelo branco com algumas manchas marrons, comecei a brincar com ele.

-Oi cachorrinho. – o cachorro é gigante, mas tudo bem... – Vem cá vem. – fiz um gesto com a minha mão, chamando o cachorro.

Ele veio ainda abanando o rabinho, definitivamente muito muito fofo.

O cachorro deitou de barriga pedindo carinho, atenção.

- Ai, eu queria tanto saber seu nome cachorrinho... – falei passando a mão na barriga dele. – Sabia que a minha mãe não me deixa ter cachorrinhos. – ele se virou e sentou me olhando com a cabeça de lado. –Sim, ela é uma chata. – brinquei, puxando de leve a orelha dele.

Rex, Rex. – ouvi ao longe. – Vem aqui Rex. – e depois uns assovios.

O cachorro que eu estava brincando, olhou para onde vinha o som e deu uma choradinha, depois me olhou.

-Vamos eu te levo lá Rex. – eu falei e ele se levantou rapidamente abanando o rabo.

Comecei a andar e o Rex me mseguindo. Atravessei uma “rua” de terra até chegar em uma casa grande, muito grande mesmo, toda branca e cheia de flores no jardim.

Lá dentro havia uma menina, acho que da minha idade, sentada balançando uma coleira preta.

-Aqui esta Rex. – eu abri a porteira e a menina me olhou e deu um sorriso.

-REX! – ela gritou enquanto corria ao encontro do cachorro. – Então era com essa menina bonita que você estava né, seu safado. – ela ria enquanto Rex a lambia. A menina realmente estava muito feliz, dava pra ver no rosto e no riso relaxado dela. Então sem perceber comecei a rir junto com ela, afinal era uma cena muito linda. – Obrigada menina, - Disse a menina para mim. – Ele estava desaparecido desde ontem de manha.

-Nada, sempre que precisar, estamos aqui.

-Obrigada, mas uma vez – ela sorriu. – Você esta na casa de algum parente?

-Não não, acabei de me mudar para cá. É bem bonita sua casa. – eu estava sorrindo em quanto analisava a casa.

-Ai que legal. – ela sorria ainda. – Obrigada, não quer entrar?

-Posso? – perguntei surpresa.

Não foi ela quem respondeu, o Rex veio e colocou seu focinho preto embaixo do meu braço.

-Tudo bem já estou indo. – eu disse rindo e fazendo carinho no meu mais novo amiguinho peludo.

-Oi – ela me cumprimentou.

-Oi – eu ri.

-A, nem me apresentei. Meu nome é Samantha.

-Ai eu amo esse nome. – conclui. – o meu é Lizi. – fiz uma careta.

-Lindo. – ela sorriu.

Nos rimos, entramos e a Sam [como eu a chamo agora] me mostrou sua casa toda. Ficamos no seu quarto conversando, e descobrimos como temos muitas coisas em comum. Demos muitas risadas. A Sam era definitivamente a pessoa mais engraçada que eu já conheci. Eu já conhecia Dona Flor, a mãe da Sam, e ela me falou que tem um irmão. Esse eu ainda não conheço, pois ele ainda esta na escola, mas quando eu me animava, ela me falou que o irmão dela tem só 10 anos. EU MEREÇO NÉ. Será que não tem nenhum menino da nossa idade aqui?

-Sam, - perguntei quando já estávamos quietas.

-O que foi Liz?

-Tem meninos da nossa idade aqui? – me levantei

-Claro muitos, a maioria deles anda todos juntos, porque tem uma menina, a Lara, que sabe, ela azara todos eles, e eu particularmente acho ela feia, feinha de da dó, coitada. Ela anda com umas meninas e ela praticamente MANDA no condomínio. Nossa como eu odeio essa menina. É a treva viu...

-A tá. – foi só o que eu disse. – Caraca, já to atrazada pro almoço e nem comi nada durante o café. – fiz cara de preocupada.

-Tudo bem, vai lá, depois eu passo lá na sua casa pra gente ir pra represa – ela deu uma piscadinha e eu entendi, os meninos estariam lá.

Fui correndo eufórica pra casa. Quando cheguei lá, minha mãe por incrível que pareça estava na varanda costurando, enquanto o cheiro de polenta vinha de lá de dentro de casa.

-Mããããe, que fome. – eu disse sentando do lado dela.

-É acho que a Lu quer matar agente com esse cheirinho. – ela tirou os óculos e sorriu. – onde você estava mocinha.

-Ai eu estava com a Sam mãe.

-Sam? – ela perguntou curiosa.

-É mãe, é que hoje, quando eu acordei.... – contei toda a história pra ela, no almoço falei do que nos conversamos e enquanto secamos a louça eu disse: - E daqui a pouco ela vai passar aqui para agente ir pra represa. – sorri.

-Ai que lindo filha, você já tem uma amiguinha.

-Mãe, fala sério... amiguinha? – ela riu. – Bom eu já vou me trocar. Beijo beijo.

Corri para o meu quarto e peguei o meu melhor biquíni, o que me deixava com mais peitão de todos. Sorri satisfeita e peguei minha canga e amarrei na cintura. Ouvi uma batida na porta do meu quarto e logo imaginei que seria minha mãe.

-Oque foi mãe? – perguntei.

-Errou é a Sam.

-Sam! – falei eufórica. – Uau menina, como você ta gata. – Fiz ela dar uma voltinha. Ela como uma morena que pinta o cabelo de loiro que se preze, estava com um biquíni azul, da cor dos seus olhos e uma canga verde limão, linda linda, usava uma havaiana azul também. Seus olhos estavam maquiados e sua franja presa pra trás, carregava uma bolsa verde limão.

-Vamos então? – ela sorriu.

-Claro! – dei o braço para ela e então fomos caminhando até chegarmos na represa, chegando lá estendemos nossas cangas e deitamos de barriga para baixo, ela tirou da sua bolsa dois sucos de laranja, provavelmente feitos pela mãe dela. Estavam muiito gelados, muito bom, para o calor que faz aqui em Avaré. Ficamos conversando, até que dois meninos de moto chegaram em cima da ponte, tiraram a camisa e pularam na represa.

Eu delirei com a imagem dos dois gatos sem camisa. Fiquei numa pose mais sensual possível.

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